4.7.08

Fatos da FLIP


O papo com David Sedaris, autor de
“De veludo cotelê e jeans”, e Matthew Shirts, editor da National Geographic, foi excelente!

Americano de 51 anos, David foi eleito pela Time Megazine o humorista do ano. Mas ele explica: “a edição da Time que publicou essa eleição saiu no dia 10 de setembro de 2001. No dia 13 de setembro de 2001, saiu outra edição da revista, por motivos óbvios. Então fui o humorista do ano por três dias.” Ele é muito conhecido nos EUA pois tem um programa na rádio que é transmitido para o país todo.


Dono de um humor afinado, David é homossexual assumido e não tem problemas quando o assunto é a homossexualidade. Segundo ele, 10% de se público é gay. Apesar de os americanos serem muito conservadores, ele vende bastante livro mesmo nos estados mais conservadores. O por quê? “Os conservadores não compram meus livros, ué!”


Matthew foi um mediador muito bom, com perguntas bastante inteligentes. Matthew perguntou sobre uma história em que David havia comprado um bumbum falso. David explicou: “Não tenho bunda e sempre quis ter, então coloquei na minha lista de presentes uma cueca que tinha enchimento, um bumbum falso. Um amigo me deu, fiquei muito feliz. Isso aumentou a minha autoconfiança. Eu adorava aquela ‘pêra’”.


(Matthew Shirts)

David já morou em muitos lugares fora dos EUA. Matthew perguntou qual era a visão de David, do lado de fora, da cultura americana. David foi claro: “Eu deixei os EUA porque não podia fumar lá. Então fui para França. Depois que me mudei para lá percebi o quanto americano eu sou. Por exemplo, adoro falar de dinheiro. Perguntar quanto custou a sua casa, quanto custa seu relógio, quanto você ganha. E na França não posso falar nada disso! Outra coisa, na França as pessoas fazem greve toda hora. É greve para tudo. Ué, se o motorista de ônibus não está satisfeito vá para uma universidade estudar medicina!” conclui ele.


“Com as viagens aprendi que sou puritano e nós americanos podemos nos reinventar.” Por seis meses, David morou em Londres. Ele conta sua impressão: “Nos EUA se meu vizinho tem um Rolls Royce, eu vou querer um também. Na Inglaterra, se meu vizinho tem um Rolls Royce eu vou querer matá-lo.” E disse que todos os jornais de Londres são muito chatos. Explicou ainda e por que é puritano: “Escrevo sobre como o mundo deveria ser.”


Depois de ficar enlouquecido na França, como ele mesmo disse, David foi para Tóquio. De novo a pergunta: por quê? “Porque em Tóquio não pode fumar na rua, mas pode fumar dentro dos lugares. Japonês é inteligente, permite que você entre nos lugares para fumar... e comprar! Isso é tão óbvio!” E sobre a França, ele complementa: “Dizem que os franceses são antipáticos. Mas você conheceu algum grego?!”


(David Sedaris)

Matthew o questionou por que ele foi para Tóquio: “Dizem que para parar de fumar o melhor de mudar o lugar onde você vive. Então fui para lá.” “Mas em Tóquio pode-se fumar”, replicou Matthew. “Eu sei, mas quando se para de fumar você engorda. Porém, como engordar comendo peixe cru?”


Alguém da platéia perguntou quais são as impressões que ele teve dos hábitos brasileiros. Ele respondeu: “Bom, cheguei ontem ao Brasil, mas a primeira coisa que percebi foi o caos que é a esteira de mala do aeroporto de Guarulhos em São Paulo. Um pandemônio! No entanto, não vi ninguém furando fila, todo mundo se respeitou. Se fosse na Itália todo mundo iria furar a fila. Outra coisa, esses bonecos aqui da praça de Paraty feito pelas crianças parecem criaturas com cirurgias plásticas mal feitas.”


David segue para o Rio depois da FLIP. As duas principais coisas que ele quer fazer: “comer aqueles espetos de carne que parecem espadas e quero ver os macacos.” Matthew concluiu: “Vocês podem dar dicas de espeto de carne na sessão de autógrafos, mas como editor da National Geographic, posso te ajudar com os macacos, David.”