25.9.09

A felicidade mora no Rio de Janeiro

Cidade é apontada como a mais feliz do mundo e o melhor destino da América do Sul. O Portal PUC-Rio Digital foi saber dos cariocas os motivos desse encanto, e o que teima em desafiá-lo.

Rio de Janeiro. Eleita pela revista americana Forbes, a cidade foi considerada a mais feliz do mundo e ganhou dois prêmios no World Travel Awards 2009, melhor destino da América do Sul e Ipanema a melhor praia do continente.

Exageros à parte, o Rio de Janeiro é a menina dos olhos da América do Sul. Alegre e amistosa são dois adjetivos usados constantemente para descrever a cidade. Infelizmente, violenta e perigosa também. Superando esses problemas reais, a cidade encanta a todos.

O Portal PUC-Rio Digital foi aos pilotis saber o que deixa as pessoas mais felizes no Rio de Janeiro e o que também as deixa infelizes.

Para Luiza Barbosa, 19 anos, no 4º período de comunicação social, a receptividade das pessoas é o que faz ela mais feliz. E o trânsito, principalmente de 6ª feira, é o mais irrita a estudante.

Além do trânsito, a distância entre pontos como Barra e Zona Sul não agrada ao estudante de direito, Bernardo Machado, 19 anos, e também à estudante do 2º período de psicologia, Clarissa Milagres. Ela reclama da falta de metrô entre essas duas regiões. E, para Bernardo, o que os deixa mais feliz é o carnaval, os blocos de rua. Para Clarissa, é a beleza natural.

Obras inacabadas, como a Cidade da Música, por exemplo, são o maior motivo da infelicidade do carioca Alex Oliveira, 19 anos, 4º período de design. E para Alex, a felicidade de viver no Rio é morar em uma cidade que seja um centro de atrações, com shows, peças, filmes, grandes eventos.

O professor de jornalismo ambiental da PUC-Rio, André Trigueiro, 43 anos, considera o Rio um “pedaço do paraíso”.

- Estar no Rio de Janeiro é um deleite!

O que mais deixa o jornalista feliz na cidade é a geografia. Os pedaços verdes, chamados por ele como “ilhas de silêncio” são fundamentais para a alegria do carioca. A insegurança e a desigualdade são os pontos fracos da cidade, segundo André.

Matilde Braga, 20 anos, é portuguesa, moradora de Lisboa, está fazendo intercâmbio e estudando o 3º período de comunicação na PUC-Rio. A “turista estudantil” diz que no início ficou com medo da violência da cidade mais pelo o que as outras pessoas falavam, mas que agora está mais tranqüila. E o que a deixa mais feliz no Rio de Janeiro é a abertura dos cariocas. A portuguesa se diverte:

- Vocês são muito calorosos!


(leia a matéria no Portal da PUC)

9.9.09

Como toda cidade, PUC-Rio tem um prefeito

Há oito anos no cargo, Eduardo Lacourt é responsável por tirar gatos de telhados, guardar casacos perdidos e controlar a quantia de R$8 milhões de reais.

São 192 banheiros, 306 boxes, 80 mictórios, 150 bebedouros, 3 mil aparelhos de ar-condicionado, 40 mil pessoas circulando por dia no campus, R$600 mil reais mensais de conta de luz, orçamento anual de R$8 milhões de reais. Esses são alguns números gerenciados pela prefeitura do campus da PUC-Rio.

Muitos não sabem, mas a universidade tem um prefeito - que trabalha de 7h às 19h, todo dia. Eduardo Cabral Lacourt, 57 anos, é prefeito do campus há oito anos, mas trabalha na prefeitura há dez. Formado em arquitetura, trabalhou na área de informática na PUC, mas o cargo de ocupava terminou. Quando saiu deixou o currículo na prefeitura e foi chamado. Depois de dois anos, foi efetivado para o cargo de prefeito.

Eduardo considera difícil encontrar um perfil para ocupar a prefeitura do campus. Segundo ele, o que vale é a experiência, o aprendizado do dia-a-dia.

- Eu só não sei fazer parto, o resto sei quase tudo – brinca.

A prefeitura é estruturada em 3 áreas: serviços gerais, serviços externos e manutenção técnica. Ao todo são 127 funcionários que trabalham todos os dias para manter a ordem no campus. Os serviços gerais são: correio interno, jardinagem e faxina. Central de telefonia, CEDAE e as funções burocráticas ligadas ao governo são os serviços externos. A área manutenção conta com refrigeração, elétrica, carpintaria, motoristas, bombeiros, serralheria, obras, pintura e ascensoristas.

Apesar da área de manutenção ser maior, os serviços externos são os que dão mais trabalho, segundo o prefeito, pois dependem da burocracia do governo. A prefeitura é o setor que recebe os pedidos e chamadas da comunidade PUC. Quando uma janela quebra, por exemplo, o aluno ou funcionário da universidade pode ligar para a prefeitura e fazer uma chamada.

Há um novo projeto de tornar esse processo eletrônico. A SGU, Sistema de Gerência da Universidade, desenvolveu um sistema virtual onde qualquer um pode abrir um processo pela Internet que chegará às mãos do prefeito. A comunicação entre o público e a prefeitura será exclusivamente pela web.

O sistema foi desenvolvido justamente para organizar a prefeitura. Muitos pedidos e chamadas chegam todos os dias, os mais comuns são relacionados ao ar-condicionado. Há 3 mil aparelhos espalhados pela PUC e, principalmente no verão, o ar-condicionado é o campeão de reclamações.

Em tempos de gripe suína o aparelho continua aquecendo a prefeitura. Por determinação da diretoria da universidade, todos os equipamentos devem estar desligados. A prefeitura liga apenas quando o professor, junto ao seu departamento, se responsabiliza. Fora isso, não adianta o aluno chegar bufando – de raiva e de calor – na prefeitura para reclamar.

A secretária da prefeitura interrompe a entrevista:

- Prefeito, chegou agora um aluno muito irritado reclamando que ar-condicionado está desligado.

O prefeito educadamente pede à secretária que explique ao aluno a situação, mas era tarde, o rapaz já tinha ido embora reclamando. Eduardo não tira a razão do aluno.

- Ele está certo, imagina estudar numa sala de aula pegando esse sol de 30ºC? Não há quem agüente. O incorreto é a forma como o aluno veio reclamar.

O prefeito explica que lidar com o público é complicado. “Alguns trazem os problemas pessoais para nós” conta Eduardo. Acessando a internet, ele imprime a fábula O velho, o menino e o burro, de La Fontaine, e conta que a história é o retrato da prefeitura. Na fábula, não importa o que os personagens façam, estão sempre sob críticas.

É também na prefeitura que funciona o achados e perdidos da PUC. O que mais se perde, dependendo da moda verão-inverno, são casacos e guarda-chuvas. Cabe também à prefeitura funções como tirar gatos dos telhados (“isso acontece sempre!”) e, por exemplo, apagar um princípio de incêndio que ocorreu atrás do RDC no começo do ano.

Por isso, encontrar Eduardo na prefeitura é difícil, ele está sempre andando e resolvendo os problemas do campus. Bem humorado, o prefeito cita uma frase dita originalmente pelo vice-reitor: “a PUC é uma entidade filantrópica, sem fins lucrativos, pública e com administração privada”. Para o cargo não há eleição, é ocupado por indicação. Há 8 anos na função, Eduardo se diverte.

- Estou aqui ainda porque acho que não tem outro para ocupar minha vaga!

Tecnologia aumenta espaço do design na arquitetura

O diagnóstico do designer Índio da Costa marcou a palestra de abertura da Semana de Arquitetura e Design.

Arquitetura e design caminham juntos e, por conta da tecnologia, o design vem ganhando mais espaço na arquitetura. Assim a fé no casamento entre beleza e funcionalidade foi renovada pelo designer Luiz Eduardo Índio da Costa, na palestra Arquitetura x Design – Evoluções, trocas e permutações, que abriu a 2ª Semana de Arquitetura e Design, nesta terça-feira, 8 de setembro. Com debates, oficinas e exposições, a iniciativa segue até sexta-feira, dia 11, nos pilotis da PUC-Rio.

Segundo Índio da Costa, a arquitetura e o design trabalham juntos: “Não conseguiria fazer um banheiro, por exemplo, sem um vaso ou uma torneira. Eles são fundamentais para a arquitetura”.

Para o designer, avanços tecnológicos aproximam arquitetura e design, derrubam fronteiras. Ele lembra que, embora no seu trabalho beleza também seja fundamental, os objetos devem ter uma “real função”. Ainda no exemplo do banheiro, “uma torneira pode ser linda e não ser útil ou difícil de usar, e isso é errado. O design deve conjugar beleza e funcionalidade”.

(leia a matéria no Portal da PUC)