29.8.07

"O Rio tem duas estações: o verão e o inferno"


Hoje assisti na escola o filme que ainda nem foi lançado mas que está na boca do povo: "Tropa de elite". O filme de José Padilha é baseado no livro "Elite da tropa" de dois policiais, André Batista e Rodrigo Pimentel e do antropólogo Luiz Eduardo Soares, e mostra a PM super-corruptível e o BOPE (Batalhão de Operações Policiais Especiais) que não se corrompe em nenhum momento. O BOPE pode não ser corruptível, mas o objetivo deles é entrar nas favelas e matar todos. O filme não deixa isso muito claro, mas no livro isso é dito o tempo todo. Quando a PM não consegue segurar a barra o BOPE entra em cena, mas na verdade a PM não seria nada sem o BOPE e isso vocês vão ver no filme ou no livro.

Eu li o livro há um bom tempo e adorei. A primeira parte do livro são várias histórias do cotidiano dos policiais (e é a melhor parte). A segunda parte é uma história só. O livro, como sempre, é bem melhor do que o filme. O filme tem quase duas horas e conta poucas histórias da primeira parte do livro. Se fosse se aprofundar, o filme demoraria muitas horas, claro.

Hoje o Xexéo escreveu a coluna dele justamente sobre isso e tudo que ele disse está corretíssimo. O filme é muito bom, bem feito, bem acabado, bonita fotografia, ótimas imagens de ação e o filme passa uma realidade incrível. Wagner Moura está simplesmente maravilhoso no filme a cada dia que passa fico mais fã dele. O elenco é ótimo como um todo.

Alguns dizem que o filme ainda não foi finalizado e que a versão que vai pro cinema é diferente da versão que está sendo pirateada. Pode parecer estranho um professor passar esse filme pra gente e ainda mais uma cópia pirata (que belo exemplo, né?). E na verdade não parece estranho, é estranho. Mas o professor de geografia gosta de nos colocar nessa discussão e acho ótimo termos essa noção na nossa sociedade e da nossa guerra urbana.

Durante o filme uma amiga virou e disse: "nossa, que coisa horrível, isto é uma guerra!". Mas a coisa mais horrível é que estamos dentro dessa guerra e vivemos normalmente enquanto aqui do lado, num morro bem próximo de você, isso está acontecendo.

Outra coisa que o filme deixa bem claro e dá bastante ênfase (mais do que o livro) é a questão dos jovens de classe média que compram drogas e mostra claramente que esses jovens é que financiam o tráfico. De baseado a baseado o tráfico se mantém e mantém os traficantes. Isso é uma coisa bem fácil de entender, mas parece que não tem jeito. Eu tenho vários amigos que além de fumar maconha & Cia sobem o morro para comprá-la. E assim o tráfico não enfraquece nunca.

Enfim, recomendo o livro e o filme. São duas ótimas pedidas. Ah, e claro, o filme é 40% palavrão.

E para finalizar, no livro têm duas citações que eu, particularmente, achei bem interessantes. A primeira fala sobre a questão da violência carioca e a segunda sobre o que mantém o tráfico:

"O Rio tem duas estações: o verão e o inferno."

"Odeio esses playboys mauricinhos de classe média que financiam (e mantém) o tráfico comprando drogas pra curtição e que nos fins de semana se vestem de branco e vão pra praia de Ipanema fazer passeata contra a violência."

16.8.07

Haja paciência...


Não agüento mais o anúncio da NET com o mini general Russo, com cara do baixinha da Kaiser, dizendo Skavusca.

Que anúncio mais infame!

5.8.07

Sertão sabe das coisas


Sertão sabe das coisas

Pensamento de domingo


Só eu que acho aquela sessão de presentes da Revista do Globo extremamente sem noção? Já deram uma olhada nos precinhos? Não sei como fazem um troço desses...

4.8.07

Santo forte


Hoje no ônibus quado levantei da cadeira em direção à porta de trás do ônibus para sair, um senhor levantou ao mesmo tempo, duas cadeiras atrás. Eu quis deixar ele ir na minha frente mas ele abriu caminho pra eu passar. Ele ficou entre eu e meu irmão. Eu na frente, ele e o meu irmão atrás.

Quando estava indo pra porta eu senti uma coisa pesada na minha mochila, que estava pra trás. Quando senti isso, a porta do ônibus estava aberta, eu passei da porta deixando o senhor que estava atrás de mim sair primeiro. Mas ele mudou de idéia e passou por mim, reto, indo pra última cadeira do ônibus.

Meu irmão desceu e logo depois eu desci. O senhor ficou. Quando olhei minha mochila na rua ela estava com a parte da frente aberta. Nessa parte tem, simplesmente, minha carteira, minha chave e estava lá minha câmera digital compacta que eu levo pra tudo que é canto. Entre várias outras coisas que eu levo sempre comigo.

Conclusão: ele abriu minha mochila, mas quando eu passei da porta para deixar ele descer, ele não conseguiu pegar minhas coisas e desistiu de sair do ônibus. A minha sorte foi que eu andei, não dando tempo para ele pegar minhas coisas.

E ele estava com uma sacola de feira na mão. Provavelmente para guardar as coisas roubadas. O senhor tinha cara "normal". Eu NUNCA diria que ele era um assaltante. Mas esse tipo de assalto, ou melhor, furto, já é conhecido das linhas 583 e 584 (Cosme Velho - Leblon).

É por e por outras que eu digo que meu santo é forte. Obrigado santinho querido.